Com a autodenominação de poeta vira-lata, o baiano Joilson Pinheiro, de 46 anos, que veio para o Rio em 99 e desde 2001 é morador da Rocinha, retira da realidade da comunidade muito de sua inspiração. Sobrevivendo como garçom, o poeta e escritor de romances, que já lançou quatro livros (todos fazem parte do acervo da biblioteca) e está prestes a lançar o quinto, obra intitulada Quero, também considera o espaço de conhecimento e convivência, inaugurado em junho deste ano, uma grande conquista para escritores locais e gerações futuras. Agitador cultural na comunidade, ele é um dos responsáveis pela realização de saraus poéticos na biblioteca.
- A biblioteca me faz poder reunir pessoas, trazer amigos, gente de fora, e o sarau poético tem a possibilidade de revelar talentos. Gosto de morar aqui, quero ver melhorias, e os moradores crescendo e se desenvolvendo. Acredito que a maior mudança não é tanto para mim que sou escritor, mas principalmente para esta turma de crianças e adolescentes. A importância desta biblioteca para estas cabecinhas é muito grande.
Lançando seu primeiro livro de poesias, Eliana Senna, 44, já tem vários textos guardados para novas publicações. Nascida e criada na comunidade da Rocinha, ela frequenta a biblioteca parque desde a sua inauguração e foi impulsionada por colegas a começar a escrever. Formada em letras pela Estácio de Sá e graduada em LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, após muitos anos de trabalho na área administrativa, Eliana pretende ingressar no mercado de publicações infanto-juvenis. A novata considera o espaço cultural e de convivência a sua segunda casa.
- Esta é a minha segunda casa. Aqui posso pensar, escrever. Tenho já 53 contos prontos e quero ano que vem lançar outro livro. Mas desejo me aprofundar mesmo na literatura infanto-juvenil e pretendo escrever para surdos. Isso aqui é um refúgio, um lugar mágico, é o novo. As crianças vêm para cá fascinadas, elas criam um mundo aqui dentro.
via Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro
17 de julho de 2012
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